quinta-feira, 31 de março de 2011

COM UMA EQUIPE GUERREIRA SANTA SAI NA FRENTE

Mesmo com um homem a menos durante boa parte do segundo tempo, time pernambucano saiu com a vitória por 1 a 0, gol contra de Rodrigo Souto

por Marcelo Prado
Um gol contra marcado por Rodrigo Souto, aos 34 minutos do primeiro tempo (veja no vídeo ao lado), deixou o São Paulo em situação complicada na Copa do Brasil. Diante de um Santa Cruz valente e empurrado por sua apaixonada torcida, que fez uma festa incrível no estádio do Arruda, o Tricolor paulista alternou muito durante os 90 minutos e saiu de campo com uma derrota por 1 a 0, no jogo de ida da segunda fase da competição. Para não ser eliminado na volta, dia 6, em Barueri, a equipe comandada por Paulo César Carpegiani terá de vencer o rival por dois gols de diferença. Se o placar do primeiro se repetir a favor do time do Morumbi, o classificado será conhecido nos pênaltis. Para os pernambucanos, valem três resultados: vitória, empate ou derrota por um gol, desde que marcando pelo menos um em Barueri (exemplo: 2 a 1, 3 a 2...).
Santa surpreende e Souto faz gol contra no primeiro tempo
Os dois times entraram com novidades na escalação. No Santa Cruz, Zé Teodoro resolveu reforçar a marcação no meio-campo com a entrada do volante Everton Sena ao lado de Jeovânio e Wesley. No São Paulo, a grande novidade foi Rivaldo - após se recuperar de uma lesão muscular na coxa direita, o meia ganhou sua primeira oportunidade como titular. Para ele, era a realização de um sonho jogar no Arruda, contra o Santa Cruz, seu time do coração e onde começou a carreira. O camisa 10 ficou com a vaga de Carlinhos Paraíba, que ficou como opção no banco de reservas.
No lugar da variação entre o 4-4-2 e o 3-5-2, o time entrou postado no 4-2-3-1: uma primeira linha de quatro defensores, Jean e Rodrigo Souto fazendo a proteção, uma terceira faixa com Lucas aberto pela direita, Rivaldo no meio e Fernandinho caindo pela esquerda e Dagoberto mais à frente, fazendo o papel de referência.
Antes de a bola rolar, o técnico do time pernambucano havia avisado. Para complicar as coisas para o São Paulo, era preciso primeiro acreditar que vencer era possível e depois atuar com o coração no bico da chuteira durante os 90 minutos. E foi exatamente dessa maneira que a equipe da casa começou a partida. Empurrado por sua fanática torcida, que compareceu em grande número ao estádio do Arruda (o público total foi de 46.681 pessoas), o Santa Cruz começou jogando de igual para igual.
A amostra inicial foi dada logo a dois minutos, quando Landu fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro, para boa defesa de Ceni. O São Paulo respondeu aos cinco. Dagoberto recebeu de Lucas e, ao tentar arriscar o chute da entrada da área, foi travado por Leandro Souza. Na sobra, Rivaldo bateu de pé esquerdo, no canto direito de Tiago Cardoso, que voou e fez grande defesa, para alívio da torcida.
Lucas são paulo santa cruz (Foto: Rubens Chiri / Agência Estado)Lucas sofrfeu muito com a marcação forte de Wesley e Jeovânio (Foto: Rubens Chiri / Agência Estado)
A partir dos dez minutos, o jogo mudou. Embora as duas equipes mostrassem muita vontade, as marcações começaram a prevalecer de ambos os lados. O São Paulo pouco criava porque Everton Sena grudou em Lucas, Wesley não deu espaço para Rivaldo e Jeovânio foi o marcador pessoal de Fernandinho. Juan pouco apoiava o ataque pela esquerda. Do lado contrário, Natan não conseguia criar. Como a bola não chegava, ora Landu, ora Gilberto, voltava para buscar jogo.
Veja a tabela completa da Copa do Brasil
A emoção voltou à partida aos 23, quando Gilberto exigiu boa defesa de Rogério Ceni. O tempo passava e o Santa Cruz seguia jogando em ritmo acelerado, enquanto que o São Paulo já atuava de maneira mais cadenciada, esperando uma brecha para surpreender. Até que, aos 34, o Arruda veio abaixo. Após cobrança de falta pela direita, Miranda afastou de cabeça. A bola sobrou na esquerda para Gilberto, que passou como quis pelo próprio Miranda, invadiu a área e cruzou rasteiro. Rodrigo Souto, na tentativa de afastar o perigo, jogou para dentro do próprio gol, marcando gol contra. Santa Cruz 1 a 0. O São Paulo acordou e, aos 43, Dagoberto marcou de cabeça. Mas o gol foi bem anulado, já que o camisa 25 estava impedido.
Tricolor pressiona, mas gol de empate não sai
Apesar do forte calor, o segundo tempo recomeçou em alta velocidade. Com um minuto, cada time já havia criado uma chance. O São Paulo, que voltou com Carlinhos Paraíba na vaga do apagado Juan, chegou com Dagoberto, mas Tiago Cardoso defendeu e o Santa Cruz respondeu com Wesley, em lance que foi bem cortado por Rodrigo Souto de carrinho. Em relação ao primeiro tempo, o time paulista aproximou seus três meias de Dagoberto e o time passou a ter mais criação.
Aos cinco, o gol de empate só não saiu porque Tiago Cardoso fez bela defesa em chute de Dagoberto. Três minutos depois, Lucas invadiu a área pela direita e cruzou. A bola atravessou toda a área e sobrou para Fernandinho, que bateu por cima do gol. Aos 12, após belo passe de Alex Silva, Fernandinho cortou a marcação de Cléber Goiano e bateu no canto direito de Tiago Cardoso, que não deu rebote.
Aos 15, Carpegiani mexeu novamente, botando Ilsinho na vaga do irregular Rivaldo, que deixou o gramado aplaudido por metade do estádio e vaiado pela outra parte. Logo depois, o treinador partiu para o tudo ou nada, colocando Marlos na vaga de Rodrigo Souto. A esta altura, o Santa Cruz continuava com o mesmo vigor na marcação, mas com uma postura bem mais defensiva, pensando apenas em garantir o resultado. Para complicar para o time da casa, Leandro Souza, que já tinha cartão amarelo, fez falta feia em Fernandinho e foi corretamente expulso. Com um homem a menos, rapidamente Zé Teodoro trabalhou, colocando o zagueiro André Oliveira na vaga do meia Natan. Aos 27, o Santa chegou com perigo pela primeira vez: Wesley disparou uma bomba de fora da área e Rogério Ceni fez bela defesa.
Nos últimos 15 minutos, o São Paulo pressionou, buscou o empate, mas o Santa se defendeu como podia. Nas arquibancadas, quando parecia que a equipe ficava sem fôlego, a torcida entrava em ação e reanimava os jogadores. O time paulista teve apenas uma chance, em cabeçada de Miranda, que foi por cima do gol, após cobrança de escanteio de Fernandinho. E a decisão ficou para a próxima semana, na Arena Barueri.
SANTA CRUZ 1 X 0 SÃO PAULO
Tiago Cardoso; Cléber Goiano, Leandro Souza, Thiago Matias e Renatinho;  Jeovânio, Everton Sena, Wesley, Natan (André Oliveira) e Renatinho; Landu (Marcus Vinícius) e Gilberto (Laércio).Rogério Ceni, Rhodolfo, Alex Silva, Miranda e Juan (Carlinhos Paraíba); Rodrigo Souto (Marlos), Jean, Rivaldo (Ilsinho) e Lucas; Dagoberto e Fernandinho.
Técnico: Zé Teodoro.Técnico: Paulo César Carpegiani.
Gols: Rodrigo Souto, contra, aos 34 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Wesley (Santa Cruz); Miranda e Rogério Ceni (São Paulo). Cartão vermelho: Leandro Souza (Santa Cruz)
Data: 30/03/2011. Local: Estádio do Arruda, em Recife-PE. Público pagante: 46.681 pessoas Árbitro: Marielson Alves Silva-BA. Auxiliares:  Raimundo Carneiro de Oliveira e José Dias da Hora.

quarta-feira, 30 de março de 2011

JOGAR CONTRA SEU TIME DE CORAÇÃO

30/03/2011 07h35 - Atualizado em 30/03/2011 11h15

Ansioso, Rivaldo quer jogar no Arruda e diz que não está de férias no Tricolor

Em entrevista, meia relembra começo difícil de carreira e diz que seria uma enorme frustração não enfrentar o Santa Cruz, seu time do coração

Por Marcelo Prado Direto de Recife, PE
 
Rivaldo Vítor Borba Ferreira. Pernambucano, 38 anos. Pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002, sob comando de Luiz Felipe Scolari. Eleito melhor jogador do mundo em 1999, vestiu a camisa de grandes equipes do futebol brasileiro e mundial, como Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro, Barcelona e Milan. E, já na etapa final de sua vitoriosa carreira, o craque viverá uma emoção especial na noite desta quarta-feira. Com a camisa 10 do São Paulo, ele terá o prazer de entrar no estádio do Arruda lotado e enfrentar o time do seu coração e de toda sua família, o Santa Cruz. O duelo é válido pela segunda fase da Copa do Brasil.
Rivaldo treino São Paulo (Foto: VIPCOMM)Rivaldo treinou como titular na terça-feira e pode até começar jogando contra o Santa Cruz (Foto: VIPCOMM)
Diante disso, o veterano volta a apresentar a ansiedade dos tempos de garoto. Quer que o tempo passe rápido. Em entrevista exclusiva concedida ao GLOBOESPORTE.COM, ele fala do carinho pelo Tricolor pernambucano, conta das dificuldades do início de carreira, pede mais respeito com o fato de ainda jogar bola mesmo com a idade avançada e deixa claro: será uma enorme frustração se não entrar em campo na noite desta quarta-feira.
GLOBOESPORTE.COM: Quarta-feira será especial para você. Como está o coração?Rivaldo: Sem dúvida, batendo mais forte. Tem coisas que estão acontecendo na minha vida que eu nem esperava. Estar em um clube como o São Paulo já é uma coisa que eu não imaginava que poderia acontecer mais. Agora, ir a Recife para jogar contra o Santa Cruz, onde comecei a jogar desde pequeno, será incrível. Sou torcedor, assim como toda minha família. É um clube maravilhoso, com uma torcida única no Brasil. O time está na Quarta Divisão e enche o Arruda. Pode escrever aí. Teremos 50 mil pessoas no jogo. A ficha ainda não caiu. Mas, quando a bola rolar, terei de ser profissional e pensar no bem do São Paulo.
De onde vem toda essa paixão pelo Santa Cruz?Do meu pai (seu Romildo). Eu nasci no bairro da Encruzilhada e, com seis anos, fui morar em Paulista. Meu pai era tão fanático que me levou para fazer um teste na escolinha do clube, em 1988. Depois, passei a treinar no juvenil da equipe. Todo dia pegava um ônibus para ir e um para voltar. De repente, fui dispensado por um treinador chamado Betinho sem ter um motivo aparente. Em setembro de 1988, voltei para a minha casa e acabei conseguindo uma vaga no Paulistano, time da cidade. Um mês depois, no campeonato juvenil, fomos enfrentar o Santa Cruz no Arruda e ganhamos por 2 a 0, com dois gols meus. Quando acabou o jogo, os dirigentes me queriam de volta. Só que eu não queria, fiquei magoado com o que havia acontecido. Aí descobri que havia um problema de documentação.
Rivaldo time Santa Cruz (Foto: Divulgação)Rivaldo no Santa Cruz, clube do coração do seu pai, Romildo, que morreu em 1989 (Foto: Divulgação)
Que problema? O que aconteceu?Quando fui mandado embora do Santa Cruz, me avisaram que uma semana depois mandariam a minha documentação, o que não aconteceu. Quando o Paulistano me deu uma oportunidade, o treinador da época disse que não havia problema fazer um novo registro, já que eu era amador. Eu então assinei. Quando o Santa Cruz pediu minha volta, eles descobriram o problema e entraram com um pedido na Federação para anular a partida, o que acabou acontecendo. Foi marcado um novo jogo, e eu não poderia estar em campo. O Paulistano nem apareceu e perdeu por W.O. E eu tive de voltar para o Santa Cruz.
Como era a sua rotina? Todo dia ia e voltava de ônibus sozinho? Seu pai não te acompanhava nos treinamentos?Ele não podia, trabalhava na Prefeitura como datilógrafo. Tudo na época era feito com muita dificuldade. Meu pai, apesar do pouco dinheiro, conseguia me dar um passe para ir e outro para voltar para casa. Um dia, fiquei com muita fome e resolvi trocar esse passe por um pão doce e um caldo de cana. E, sem alternativa, voltei a pé para casa. São 25 quilômetros entre Recife e Paulista e não tinha outra maneira. Meu pai também fazia bico como porteiro no estádio do Arruda para conseguir um dinheiro a mais. Ele era o meu maior incentivador.
Quando meu pai morreu, não tínhamos dinheiro para comer. Os vizinhos ajudaram, um trazia feijão, o outro cuscuz"
Rivaldo
Foi aí que você sofreu o primeiro grande baque da sua vida.O primeiro e o maior, sem dúvida. Lembro até hoje da data. Dia 6 de janeiro de 1989. Meu pai morreu atropelado. Foi muito difícil, quis abandonar tudo, não tinha mais o motivo que me fazia querer ser jogador. Lembro que tinha de me apresentar no dia 23 e não queria nem sair de casa. Foi quando minha mãe veio falar comigo. Ela não gostava de futebol, mas disse que eu não podia desistir porque o sonho do meu pai era me ver atuando pelo time profissional do Santa Cruz. Por ele, arranjei forças e fui. Quando cheguei ao treino, falei que meu pai havia morrido e foi aquela comoção geral. E aí passaram a me dar o dinheiro da condução.
E como você e sua família fizeram para se sustentar na época?Foi difícil, não vou mentir. Quando meu pai estava vivo, eu já trabalhava pelo menos um período na praia vendendo coxinhas e sonhos para aumentar o orçamento. Quando meu pai morreu, passamos a viver do dinheiro da pensão dele. Na primeira semana, não tínhamos nem dinheiro para comer. A burocracia atrasou a liberação do dinheiro da pensão e os vizinhos trouxeram comida. Um trazia feijão, o outro levava cuscuz e a gente foi se virando como podia.
E como seguiu sua carreira?Dali para frente, tudo evoluiu rapidamente. Em 1990, embora continuasse registrado como júnior, disputei alguns jogos no profissional do Santa Cruz e o dinheiro do bicho de cada partida ajudava demais em casa. Naquele ano, lembro que fomos campeões estaduais. Na hora do título, só pensava no meu pai, em como tinha conseguido realizar o sonho dele. Em 1991, disputei a Copa São Paulo de juniores. Eu me lembro que a sede era em Bauru. Disputamos quatro jogos, perdemos três (Noroeste, XV de Jaú e Atlético-MG) e ganhamos um (Moto Clube). Acabamos eliminados. Mas, quando voltei para Recife, fui levado de novo para o profissional. O técnico era o Sérgio Cosme e cheguei a fazer bons jogos, mas tive o azar de me machucar. Em 1992, disputei outra Taça São Paulo e me destaquei. Durante a competição, fiquei sabendo que estava sendo negociado com o Mogi Mirim (ele foi para o time paulista junto com Válber e Leto, que mais tarde formariam o Carrossel Caipira com o técnico Oswaldo Alvarez). Fui para lá ganhando 200 cruzeiros por mês. Podia parecer pouco, mas era três vezes o salário que eu levava para casa antes.
Como se virou longe da família?Foi muito difícil. Eu estava muito longe e não tinha como saber se minha mãe estava comendo direito. Naquela época ninguém tinha telefone. Para dar notícias, ou mandava uma carta, que demorava muito tempo para chegar, ou então ligava a cobrar na casa de um amigo, que ia até a casa da minha mãe e falava que eu estava bem. Mas em um determinado dia, ao tentar falar com esse meu amigo, fiquei sabendo que ele havia morrido. Era o Robson, gente boa demais, amigo de pelada em Paulista. Fiquei transtornado. O pessoal do Mogi me ajudou bastante, consegui superar o momento e tudo melhorou.
Todo esse sofrimento ajudou a manter a humildade que o caracteriza até hoje?Não tem nada a ver. Minha história não é pior nem melhor do que a de ninguém. Muitos jogadores iguais a mim e que hoje brilham também tiveram dificuldades. Sou assim por causa do meu pai, da minha mãe, de tudo que eles me ensinaram. Quando pisam na minha cabeça, chega. Quando estava no Barcelona e via que o treinador (Louis Van Gaal) queria me prejudicar, reclamei para todo mundo ver o que estava acontecendo. Eu sou assim calado, no meu canto, mas não pisa no meu calo. Aí eu viro bicho.
Rivaldo e Carpegiani no treino do São Paulo (Foto: Ag. Estado)Rivaldo conversa com Carpegiani e aguarda por uma oportunidade nesta quarta (Foto: Ag. Estado)
Como você reagiria se não fosse utilizado pelo Carpegiani na noite desta quarta-feira?Vou respeitar a decisão como sempre respeitei. Mas, sem dúvida nenhuma, não vou esconder que seria uma decepção, ficaria muito triste. Estou aqui no São Paulo para jogar, não para passar férias. Se eu não tiver oportunidade, vou para a minha casa. Estou aqui para fazer um pouco mais e mostrar que tenho condições de jogar. Não vou ficar de dublê aqui. Mas a decisão é dele. Mas é duro demais quando você não atua. Nos 20 dias em que me tratei, ralei demais, fiz tratamento de manhã e à tarde, inclusive aos sábados e domingos, tudo para estar recuperado o mais rápido possível. Sempre joguei nos clubes por onde passei e, quando isso não acontece, não consigo dar risada.
Como você analisa o seu momento no São Paulo?Fico triste pela situação de ter me machucado, mas entrego na mão de Deus. Sei que vou ter dificuldade para ter o meu espaço. Preciso ser sincero. Sei da minha qualidade, mas tenho 38 anos e só vim para o São Paulo por causa do Rogério. Não adianta negar, esconder. O Rogério tem 21 anos de clube e, se quiser ser presidente, será. Ele tem moral para trazer alguém aqui. A história dele é a história do clube. Vou encontrar essa dificuldade, mas confio no meu potencial e sei que, uma hora ou outra, minha chance vai chegar.
Se eu não jogo porque sou lento, o Zidane e o Ganso também não podem jogar no São Paulo. Isso é besteira. O Zidane foi três vezes o melhor do mundo e não era rápido"
Rivaldo
Como você lida com os comentários de que a sua lentidão hoje não se encaixa no rápido time do São Paulo?Sei que o time é rápido, mas se eu não posso jogar no São Paulo, o Zidane não joga. Pega o time do Barcelona: o único que é rápido é o Messi. Nenhum outro lá corre mais que o Fernandinho, por exemplo. Se for assim, o Ganso também não poderia jogar no time do São Paulo, já que não é rápido. Isso é uma besteira. Onde fica o talento nessa história? Em algumas horas, alguém precisa parar, pensar e dizer: calma, vamos segurar o jogo. Precisa ter um cara que pensa, não adianta só correr. Isso depende do treinador. Ninguém corre 90 minutos. Não vou sair correndo aos 38 anos. Quem tem de correr é o Fernandinho. O Zidane foi três vezes melhor jogador do mundo e nunca foi rápido.
Percebo que você ficou incomodado com a última pergunta.O grande problema são os comentários. Um fala que você está velho, o outro vem em cima e diz que, com 38 anos, você não presta mais. Eu cheguei agora ao São Paulo e não vou criar confusão com ninguém. Se tiver uma disputa, sei que vou perder. Esses comentários incomodam demais. Se fosse uma questão técnica, eu aceitaria numa boa. Mas não é o caso. Mas sigo tranquilo, trabalhando forte porque sei que a oportunidade vai aparecer. Tem a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro é muito longo e vou mostrar nos treinamentos que mereço uma chance.
E como você analisa o seu desempenho até agora?É muito cedo para fazer qualquer tipo de comentário. Se você pegar o número de minutos em que estive em campo, não dá três jogos completos. Contra o Palmeiras, joguei cinco minutos, entrei em uma situação complicada, o time tinha um homem a menos. Sofremos o empate e, com mais tempo, poderíamos até ter perdido. Até agora, acho que está normal. Tenho de continuar trabalhando porque sei que muita coisa ainda vai acontecer. E um detalhe pode mudar toda uma história. Um lance pode fazer a diferença, um gol pode dar um título e você fica marcado na história.
Aproveitando que você tocou no nome do Palmeiras na última resposta, esclareça uma coisa: ficou ou não ficou uma mágoa do Felipão por não ter aberto as portas do Verdão para o seu retorno?Eu não tenho mágoa do Felipão. Só escutei na imprensa que ele não me queria no Palmeiras, mas nunca conversamos sobre isso. Tenho muito respeito por ele. Eu o ajudei a ganhar um bom dinheiro quando o levei para o Uzbequistão e ele me ajudou muito no Mundial, quando eu estava machucado e ele apostou na minha recuperação. Não tenho mágoa nenhuma dele. São coisas que acontecem. Não vou mentir. É claro que na minha cabeça, quando pensei em voltar ao Brasil, o plano A era o Palmeiras, mas não aconteceu. Mas Deus sabe o que faz. Se minha liberação tivesse chegado antes, já teria jogado pelo Mogi e hoje não estaria no São Paulo.
Você acredita que poderá renovar o seu contrato com o São Paulo? (O vínculo vence em 31 de dezembro, mas poderá ser prorrogado por mais um ano)Vai depender de uma série de fatores. Depende de ter prazer, de continuar com alegria, de conquistar títulos. Se continuar me sentindo importante no São Paulo, vou ficar. Mas eu também preciso fazer algo pelo clube, quero marcar meu nome para poder continuar. Não quero favor de ninguém.

EX PROCURA REERGUER CLUBE QUE O PROJETOU

30/03/2011 08h00 - Atualizado em 30/03/2011 08h00

Brasil Afora: família de Cícero (ex-Flu) busca reerguer clube que o projetou

Castelo, do Espírito Santo, volta a ter equipe profissional para tentar retornar à elite do estado. Ex-lateral do clube, pai de Cícero é o presidente. Irmão joga

Por Rodrigo Sirico Rio de Janeiro
 
Time Castelo cícero pai (Foto: Arquivo Pessoal)Cícero em recorte de jornal guardado pelo pai
(Foto: Arquivo Pessoal)
Foi na equipe do Castelo, do Espírito Santo, que Cícero, ex-Fluminense, Bahia e Figueirense, hoje do Wolfsburg, da Alemanha, deu seus primeiros passos no futebol. Ainda criança, aos 9 anos de idade, o meia vestiu a camisa alvinegra do clube, que tem sede na cidade de mesmo nome (fica a 140 km da capital Vitória). A escolha foi natural, uma vez que seu pai, Jorge Santos, defendeu as cores do Castelo por quase duas décadas. O irmão, Junior, também começou lá. Recentemente, o clube viveu os piores anos de sua história, iniciada em 1930. Sem time profissional, a equipe ficou relegada ao amadorismo. Agora, com Jorge Santos presidente e Junior capitão, o Castelo tenta voltar à elite do futebol do Espírito Santo.
Carteirinhas Cícero Castelo (Foto: Time Castelo)Carteirinhas mostram Cícero ainda criança. quando defendia o Castelo (Foto: Time Castelo)
Da Alemanha, Cícero vibra com o trabalho dos familiares. O jogador do Wolfsburg conta que, ainda em 2010, o time já tinha dado sinais de que poderia ressurgir.
Jorge Santos presidente Castelo pai Cícero (Foto: Divulgação)Jorge Santos, pai de Cícero, na mesa da
presidência do Castelo (Foto: Divulgação)
- Eu já estava na torcida desde o ano passado. O time jogou a semifinal (de um campeonato amador), mas não deu para ganhar. Além do time, tinha o meu pai como vice-presidente e o meu irmão. Meu pai tem história lá, foi campeão pelo Castelo - contou Cícero, que vestiu a camisa alvinegra até os 15 anos de idade, quando se transferiu para o Tombense, clube do empresário Eduardo Uram.
Jorge Santos, antigo lateral-esquerdo do Castelo, revela a possibilidade de levar a cabo um projeto profissional: o fizeram topar a ideia de ser presidente em 2011. O pai de Cícero conta que já fez parte da seleção do Estadual do Espírito Santo por conta de suas atuações com a camisa do Castelo.
- Assumi agora com o projeto de fazer um trabalho para o ano inteiro. A condição era de que fosse tudo profissional. Temos times nas categorias sub-15, sub-17 e adulto. Espero que o Castelo viva novamente a tradição que tinha no estado - disse o presidente.
Treino Castelo cicero (Foto: Divulgação)Grupo de jogadores da base do Castelo ouve a preleção do treinador (Foto: Divulgação)
O pai de Cícero trabalha para conseguir patrocinadores para o clube. A prefeitura já topou ajudar, e, no momento, o Castelo conta com uma folha salarial que gira em torno de R$ 30 mil. Jorge Santos, por sinal, tem orgulho em dizer que fez parte de um dos momentos mais altos da história do Castelo: o título do Torneio Incentivo de 1978.
Junior e Jorge Santos Castelo irmão e pai Cícero (Foto: Divulgação)Junior, irmão de Cícero, e o pai no campo
do Castelo (Foto: Divulgação)
- Para nós, era como se fosse campeão estadual. Só não estavam Rio Branco e Desportiva (os dois grandes clubes do estado), que jogavam o Brasileirão. Fomos também pentacampeões da Copa Sulina (torneio que reunia apenas clubes do Sul do Espírito Santo - complementou.
Na equipe atual, Junior, irmão de Cícero, é o capitão. O meia-atacante teve no Castelo a chance de tentar retomar a carreira, interrompida por seguidas lesões de joelho. Depois de passagens por Rio Branco-ES, Friburguense-RJ, Figueirense e Tubarão, Junior voltou a jogar em 2010, pelo Castelense, outro clube da cidade. Em 2011, com o Castelo profissional, o meia-atacante uniu o útil ao agradável.
- Graças a Deus estou conseguindo jogar. Nosso objetivo agora é fazer o clube não parar, estar sempre em atividade. Se Deus quiser, aos poucos a gente vai subindo para a Primeira Divisão, depois consegue uma vaga na Copa do Brasil... Aí só falta conseguir o título inédito. Mas o importante é estar sempre em atividade - frisou o irmão mais velho de Cícero.
Fachada estádio Castelo cicero (Foto: Divulgação)Fachada do Estádio Emílio Nemer, do Castelo (Foto: Divulgação)
O Castelo iniciou sua caminhada na Segundona do Espírito Santo no último fim de semana. O time visitou o Real Noroeste e empatou por 0 a 0. Neste sábado, o Castelo faz o primeiro jogo dentro de casa, contra o Laranjeiras.
Time Castelo espírito santo cícero pai (Foto: Time Castelo)Jorge Santos, pai de Cícero, nos tempos de jogador do Castelo (Foto: Time Castelo)

terça-feira, 29 de março de 2011

"A COPA É HOJE"

29/03/2011 11h46 - Atualizado em 29/03/2011 11h47

‘A Copa do Mundo é hoje’, diz ministro em resposta a dirigente da Fifa

Joseph Blatter criticou lentidão das obras em relação à última copa.
Comparar África e Brasil é comparar ‘banana com laranja’, disse Orlando Silva.

Por Robson Bonin Do G1, em Brasília
 
FRAME Orlando Silva (Foto: Reprodução / GLOBOESPORTE.COM)Orlando Silva diz que não é possível comparar
Brasil com África do Sul (Foto: Reprodução)
O ministro do Esporte, Orlando Silva, rebateu nesta terça-feira (29) as críticas do presidente da Fifa, Joseph Blatter, aos preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Ao participar da primeira audiência pública sobre o mundial, realizada em Brasília, Silva afirmou que para o governo “a Copa do Mundo é hoje”.
- Para o governo, a Copa é hoje. Temos urgência. Ninguém está mais preocupado com a realização do Mundial da Fifa do que o Brasil -  afirmou Silva, em referência direta a Blatter.
Na segunda, o presidente da Fifa manifestou descontentamento com a lentidão dos trabalhos em torno do Mundial ao dizer que “a Copa do Mundo é amanhã, e os brasileiros pensam que é depois de amanhã.”
Além de manifestar a preocupação do governo com o andamento das obras, o ministro do Esporte afirmou que as declarações de Blatter eram uma forma de “desviar o foco” de questões internas da Fifa como a eleição interna na entidade:
- Você tem um processo eleitoral em curso na Fifa e temo que possa haver algum tipo de repercussão. Creio que isso é uma questão mais de desvio de foco por temas outros que envolvem a Fifa, do que uma análise crítica do trabalho que está sendo realizado.
O dirigente da Fifa também disse que, a três anos do torneio, o Brasil estaria mais atrasado na organização do que a África do Sul. Para Silva, a comparação de Blatter entre os preparativos da África do Sul e do Brasil “é inadequada” e equivale a “comparar banana com laranja”, uma vez que os problemas dos dois países na elaboração do evento são diferentes.
- Não acho muito adequado comparar o Brasil com a África do Sul, como não seria adequado comparar o Brasil com a Alemanha, porque a infraestrutura que a África do Sul possuía quando da preparação do mundial da Fifa, assim como a da Alemanha, eram situações completamente diferentes da brasileira, e comparar banana com laranja pode conduzir a análises equivocadas -  disse Silva.
Dificuldades
Silva reconheceu as dificuldades brasileiras em relação a áreas de infraestrutura como aeroportos e mobilidade urbana e reclamou das “inovações” constantemente sugeridas pela Fifa, que estariam atrapalhando a definição de critérios para a construção dos estádios.
- Imagino que as dificuldades que nós temos vocês conhecem, de temas de infraestrutura, como conhecem as soluções que o Brasil tem procurado apresentar no caso de aeroportos, de transporte. A Fifa deve parar de sugerir inovações. É importante que nós tenhamos todos os critérios para os estádios definidos.
Sobre a construção de um novo estádio em São Paulo, obra que estaria atrasada e até teria sido colocada em dúvida, diante da falta de viabilidade financeira do projeto, Silva jogou a responsabilidade para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e para o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab:
- A palavra de São Paulo foi dada à presidente Dilma Rousseff pelo governador Geraldo Alckmin e pelo prefeito Gilberto Kassab. Até que provem o contrário, acreditamos que a obra será concluída - finalizou.

O NETO DE PELÉ MOSTRA HERANÇA DO AVÔ

28/03/2011 21h00 - Atualizado em 28/03/2011 22h52

Neto de Pelé mostra que carrega a herança do avô

Octávio Felinto Neto, 13 anos, fez um golaço em jogo treino pelo Paraná e fez lembrar um dos grandes momentos do avô

Por GLOBOESPORTE.COM Curitiba, PR
 
Octávio Felinto Neto, 13 anos, fez um golaço que está circulando pela internet. Até aí não há novidade, pois existem muitos vídeos bonitos que aparecem todos os dias na Grande Rede. Mas esse garoto, que mora em Curitiba e treina no Paraná Cube, tem algo a mais.
Há um ano ele faz parte do time sub-13 do Tricolor paranaense, e o seu sobrenome é Felinto, mas o garoto é ninguém menos que o neto de Pelé. Sem um contato direto com o Rei do Futebol, Octávio é filho de Sandra, que teve a paternidade reconhecida em um exame de DNA em 1996. E o garoto alimenta o sonho de seguir a carreira do avô.
- Quero fazer a minha história, minha carreira e meu futuro.
O pai, Ozéias, acompanha tudo de perto e registrou recentemente, em vídeo caseiro, um jogo treino do Paraná Cube e o Trieste. A câmera foi testemunha do lance quando o menino, na pequena área, recebeu a bola, deu um chapéu no seu marcador e mandou de cabeça para gol.
O lance provocou uma comparação direta com um dos mais bonitos gols que Pelé fez, ainda aos 17 anos, na Copa de 58, na Suécia, quando a Seleção Brasilera foi campeã com uma goleada de 5 a 2 contra os anfitriões.
- Lembrei do meu avô, porque foi um pouco parecido com um dos que ele fez.
Pelé, aos 17 anos na Suécia, e Otávio, aos 13 anos em Curitiba. Passado e presente unidos pelo destino.

ARTILHEIRO DO BRASIL

29/03/2011 09h11 - Atualizado em 29/03/2011 09h34

'Dá para marcar uma pá de gols ainda', diz Rafael Oliveira, artilheiro do Brasil

Com 25 anos, meia-atacante já tem 17 gols marcados no ano e ajudou a colocar o Paysandu em mais uma final de Campeonato Paraense

Por Marcello Carrapito Rio de Janeiro
Enquanto o Campeonato Brasileiro não começa, a temporada 2011 já se aquece com os Estaduais e a Copa do Brasil. Neste embalo, um artilheiro vem se destacando na liderança do Prêmio Friedenreich, inclusive desbancando feras como Liedson, do Corinthians, Leandro Damião, convocado recentemente para a Seleção Brasileira, do Internacional, e Elano, do Santos. Não, não é em São Paulo. Tampouco no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minais Gerais, Bahia ou Pernambuco. É do Pará, mais precisamente de Belém, o jogador que mais balançou as redes em todo o país até o momento. Rafael Oliveira, meia-atacante do Paysandu, já tem 17 gols no ano.
O atacante, de 25 anos, marcou duas vezes na vitória por 3 a 2 sobre o Cametá, na final da Taça Cidade de Belém – o primeiro turno do Campeonato Paraense -, que garantiu o Papão da Curuzu na final do Estadual. De quebra, ultrapassou o rival Leandro Cearense, do próprio Cametá, que já anotou 15.
Rafael Oliveira do Paysandu (Foto: Mário Quadros - Diário do Pará)Rafael Oliveira é o artilheiro do Brasil com 17 gols
(Foto: Mário Quadros - Diário do Pará)
Formado nas categorias de base do Paysandu, Rafael Oliveira tem média de 1,8 gol por jogo, se levar em consideração que o time disputou 11 jogos oficiais (nove pelo Estadual e dois pela primeira fase da Copa do Brasil). Sem esconder a modéstia, revela que o faro de goleador o acompanhou desde cedo.

- Na base sempre fui artilheiro, mas como profissional é a primeira vez. É uma honra ser o artilheiro do Brasil. É muito bom saber disso porque dá mais confiança para os demais jogos. Tenho 17 gols só no primeiro turno, então dá para marcar uma pá de gols ainda – projetou o goleador.

Apesar da pouca idade, Rafael rodou o Brasil. Com passagens por Santa Cruz, Salgueiro, Oeste de Itápolis, Boavista-RJ, São José-POA e São Raimundo-PA, onde conquistou a Série D do Brasileirão sobre o Macaé-RJ em 2009, antes de retornar ao Paysandu, a revelação do Papão da Curuzu não pensa em deixar o país para fazer carreira no exterior tão cedo.

- Recebi sondagem de um time na China, mas no momento quero ficar aqui. Falaram pessoalmente comigo, mas passei para o presidente (Luiz Omar Pinheiro). Só saio se for algo bom para mim e para o clube – revelou, antes de ter o seu contrato renovado até 2014.

‘É um animal’, afirma Sérgio Cosme
Carioca e com vários clubes no currículo como Fluminense, Vasco, Grêmio, Atlético-PR e Portuguesa, o técnico Sérgio Cosme rasgou elogios ao falar do seu artilheiro. Para o comandante do Papão da Curuzu, Rafael Oliveira é um jogador surpreendente.

- É um ‘animal’. Pelo vigor físico e pela técnica. Joga em qualquer time do Brasil e, na minha modesta opinião, na Europa também. Ajuda taticamente, é obediente. Um meia-atacante com muita força e que sai para os lados. Tem muita movimentação e puxa contra-ataque. Ganha no corpo de qualquer adversário. É uma realidade para qualquer clube do futebol mundial – afirmou o treinador, que, além da Taça Cidade de Belém, liderou o Paysandu na conquista do Torneio Internacional de Paramaribo, reconhecido pela Fifa, no Suriname, em janeiro.
Garantido na decisão do Campeonato Paraense, o Paysandu volta a campo nesta quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), contra o Bahia, no Mangueirão, pela segunda fase da Copa do Brasil. No entanto, a presença de Rafael Oliveira não está garantida. O atacante se recupera de lesão, mas promete se esforçar para estar em campo contra o Esquadrão de Aço.

segunda-feira, 28 de março de 2011

JUNINHO PERNAMBUCANO É DO VASCO PARA O BRASILEIRO 2011

28/03/2011 21h02 - Atualizado em 28/03/2011 21h09

Dinamite: 'Juninho está voltando'

Presidente confirma retorno do ídolo para o Campeonato Brasileiro e diz que ele volta por amor ao Vasco

Por Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
 
juninho pernambucano Al-Gharafa Yasser Al Qahtani Al-hilal (Foto: agência Reuters)Juninho, 36 anos, atualmente defende o Al Gharafa,
do Qatar (Foto: agência Reuters)
O contrato ainda não foi assinado já que ele ainda está vinculado ao Al Gharafa, do Qatar. Mas, para o presidente Roberto Dinamite, o retorno de Juninho Pernambucano ao Vasco já está sacramentado. A confirmação foi dada diante de uma plateia de cerca de 40 pessoas durante o ciclo de palestras dos presidentes dos quatro grandes clubes do Rio na Casa do Saber, na Lagoa. Dinamite disse ainda que o projeto de Juninho envolve seguir trabalhando no clube após o término de seu contrato.
- Juninho quer encerrar a carreira no Vasco e dar continuidade em sua carreira após parar de vez. Nos próximos meses vamos assinar tudo, mas ele está vindo para o Vasco - sacramentou.
Juninho já decidiu que não vai deixar o clube do Qatar antes do término de seu contrato, no fim de junho. Com isso, o retorno ao Vasco só deve mesmo acontecer em julho. Mas o presidente já negociou todas as bases. Segundo Dinamite, o custo para o Vasco vai ser simbólico. Ele não revelou, mas o projeto envolve uma parceria com a Penalty, fornecedora de material esportivo do clube. Só que nada disso poderia acontecer caso o ídolo vascaíno não quisesse realmente voltar.
- Quem não conhece o Juninho e um dia tiver a oportunidade vai ver a pessoa que ele é. O que mais preservo e admiro nas pessoas é o olhar, a palavra, um gesto... E isso eu vi no Juninho, que está voltando ao Vasco porque quer, porque gosta do clube. Momentos como esse nos fazem até esquecer as turbulências - disse, emocionado.
Juninho Pernambucano, 36 anos, teve passagem marcante pelo Vasco entre 1995 e 2001. O meia conquistou dois Brasileiros (1997 e 2000), uma Libertadores (1998), uma Copa Mercosul (2000), um torneio Rio-São Paulo (1999) e um Carioca (1998) com a camisa vascaína

CAFU REVELA PARTIDA NA CHECHÊNIA

28/03/2011 23h35 - Atualizado em 28/03/2011 23h52

Cafu comenta partida na Chechênia e revela surpresa com crítica de Raí

Para capitão do Penta, presença de craques brasileiros trouxe alívio à população local e acusações contra o presidente não importam

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
 
Cafu Bem Amigos (Foto: Reprodução)Cafu defendeu a realização de amistoso na
Chechênia, no ''Bem, Amigos' (Foto: Reprodução)
O ex-lateral Cafu, capitão da Seleção Brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002, defendeu a realização de uma partida de exibição na Chechênia, com a presença do presidente da república russa, Ramzan Kadyrov. O jogo contou com a presença de jogadores das Copas de 94, 98 e 2002.

A Chechênia tenta sua independência da Rússia desde 1991 e, apesar do acordo de cessar-fogo assinado em 1997, ainda não há paz na região. Em meio ao conflito, Kadyrov é acusado de violência e de violar os direitos humanos. Mas, para Cafu, a vida política não importa aos jogadores.
- Fomos inaugurar um estádio e ponto final. Qual é o problema do cara que manda no país jogar com a gente? Se ele é um ditador ou se é gente boa não é problema nosso. Isso é um problema dele com o país dele - disse o ex-capitão da Seleção.

Cafu afirmou também que a presença dos craques brasileiros confortou a população chechena, depois dos conflitos:

- O futebol acaba parando guerras. A gente foi levar um pouco de alegria para o país. As pessoas puderam ver grandes ídolos ali, gente que eles só viam pela televisão. Não vejo problema nenhum. Fomos muito bem tratados. Não tenho nada a reclamar, não tive nenhum tipo de problema.

'Brazil Stars': presidente da Chechênia perde pênalti defendido por Zetti (Foto: Reuters)Presidente da Chechênia cobra pênalti, observado por Cafu e Júnior Baiano (Foto: Reuters)



Cafu também comentou as declarações de Raí, ex-companheiro de São Paulo e Seleção. O ex-lateral afirmou que ficou surpreso com as críticas do amigo. O camisa 10 do Tricolor nas Libertadores de 92 e 93 afirmou que o jogo foi "uma imbecilidade", "um evento político" e disse que estava envergonhado e arrependido de ter entrado em campo.

- Eu me surpreendi com as declarações do Raí. Achei infeliz, vindo de uma pessoa que eu admiro e tenho extrema confiança. O Raí é uma pessoa muito bem-informada e inteligente. Dificilmente ele não sabia aonde estava indo. Sabíamos que tinha envolvimento político, sabíamos que o presidente ia jogar com a gente, sabíamos que parte da renda seria revertida para as vítimas da enchente no Rio de Janeiro.

Despedida dos gramados

Sem disputar uma partida desde julho de 2008, quando encerrou seu contrato com o Milan, Cafu encerrou a carreira sem um anúncio e uma partida oficial. O ex-jogador afirmou que pretende preencher essa lacuna até junho, mesmo que a partida não tenha a chancela da CBF:

- Vou fazer um jogo de despedida. Esse jogo vai sair.  De repente vai ser até antes do jogo do Ronaldo (contra a Romênia, em 7 de junho). Independente da CBF. Até para que o torcedor brasileiro possa me ver jogando, já que meu ultimo clube foi o Milan, da Itália.

O ex-jogador também revelou propostas do Santos e do Grêmio Barueri e que não assinou com o Peixe por causa da morte de seus pais:

- Tive problemas com o meu pai e a minha mãe. Pedi um tempo para o Santos, até que esses problemas fossem resolvidos. Infelizmente, meu pai morreu uma semana depois dessa conversa com o Santos. Minha mãe também morreu seis meses depois. Tive propostas para sair do país novamente, mas eu queria me fixar no Brasil, montar uma base aqui.

PROTESTO DOS ATLETAS

28/03/2011 16h41 - Atualizado em 28/03/2011 16h52

Time mexicano usa camisa ao avesso como protesto por atrasos de salário

Há dois meses sem receber, Lucio Flavio (ex-Botafogo) lamenta situação no Atlas, mas garante que elenco não pensa em greve: ‘Seria um desrespeito’

Por Marcos Felipe Rio de Janeiro
lucio flavio atlas treino (Foto: Divulgação)Lucio Flavio durante treino do Atlas (Foto: Divulgação)
Os jogadores do Atlas, clube mexicano da cidade de Guadaljara, arrumaram uma forma diferente de protestar contra os salários atrasados no clube. Todo o elenco vem treinando com uniformes pelo lado do avesso desde a última quarta-feira.
Contratado no início do ano ao Botafogo, o meia Lucio Flávio, ex-São Paulo e Paraná, revelou ao GLOBOESPORTE.COM, por telefone, que a ideia partiu dos atletas que estão há mais tempo no clube.
- De acordo com o pessoal mais velho daqui, o clube sempre teve problemas de pagamento. Segundo eles me passaram, durante a pré-temporada, antes de eu chegar aqui, a diretoria disse que no final de janeiro tudo ia ser colocado em dia. Mas já estamos em março, quase abril, e nada. Então resolvemos protestar dessa forma, uma decisão conjunta, mostrando a união do grupo, algo difícil de acontecer no Brasil - ressaltou Lucio Flavio, que está há dois meses sem receber.
Apesar da insatisfação, uma possível greve não foi cogitada pelo elenco do Atlas, que está na 5ª posição do Grupo 2 do Torneio Clausura do Campeonato Mexicano.
- Não pensamos nisso pois seria um desrespeito ao clube e aos torcedores. Também acabaria afetando nosso desempenho, especialmente na questão física. Além disso, ainda estamos buscando uma classificação na competição, algo que poderia trazer mais recursos (financeiros) para o clube - salientou o ex-alvinegro, lembrando que, no final de semana, mesmo com todos esse problemas, o time derrotou o Necaxa por 2 a 0 em um amistoso.
Promessa de dirigente
Embora não esteja nada contente com a situação, Lucio Flavio não pretende abandonar o clube. O jogador, de 32 anos, tem contrato com o Atlas até junho de 2012.
- A estrutura aqui é muito boa. No México também se joga apenas uma vez por semana, o que lhe dá mais tempo para ficar com a família. Essa é uma crise financeira que o clube está atravessando, até talvez por conta das eleições no meio do ano. Além disso, o custo de vida aqui é mais barato do que no Brasil - disse o meia, dando entender que não está passando por nenhum aperto.
lucio flavio atlas treino (Foto: Divulgação)Jogadores entram no gramado para o treino com as camisa pelo lado do avesso (Foto: Divulgação)
Segundo Lucio Flavio, os dirigentes prometeram avisar na próxima quinta-feira o dia em que serão efetuados os pagamentos atrasados.
- Em nome da diretoria digo que estamos muito empenhados em cumprir nossa palavra. Este não é um problema de um ou outro, estamos no mesmo barco e devemos remar no mesmo sentido. Estamos buscando os recursos e eles têm a liberdade de manifestar o inconformismo. Mas esta não é a melhor forma de protestar , porque pode ter consequências com os patrocinadores - afirmou o vice-presidente do clube, Raúl Alejandro Padilla, em declarações ao jornal “Record”.
Botafogo
Apesar de não estar mais no Botafogo, clube onde conquistou os títulos cariocas de 2006 e 2010, Lucio Flavio segue antenado no dia a dia do clube e parabenizou a chegada do técnico Caio Junior.
- Quando subi para o profissional no Paraná em 1997 conheci ele ainda como atleta e, depois, como técnico. Joel era um excelente treinador e uma grande pessoa. Mas, o Botafogo acabou fazendo uma boa troca. O Caio é também uma pessoa muito íntegra e de excelente perfil profissional. Tem tudo para dar certo - observou.

GILBERTO ACERTA COM O TIMÃO

28/03/2011 17h13 - Atualizado em 28/03/2011 18h03

Perto do Timão, Gilberto desfalcará o Santa Cruz contra o São Paulo na 4ª

Atacante não apareceu para treinar nesta segunda-feira, no estádio do Arruda, e empresário diz que multa rescisória será depositada nesta terça

Por Marcelo Prado Direto de Recife, PE
Animada com a ótima campanha da equipe no Campeonato Pernambucano, a torcida do Santa Cruz sofreu um duro baque nesta segunda-feira, às vésperas do duelo de ida contra o São Paulo, pela segunda fase da Copa do Brasil. O atacante Gilberto, grande estrela e artilheiro do time com dez gols marcados em dez jogos, está de saída. O jogador negocia sua transferência para o Corinthians e nesta terça-feira, a negociação deverá ser sacramentada.
Gilberto durante a partida do Santa Cruz (Foto: Pablo Rey / Ag. Estado)Gilberto durante a partida do Santa Cruz (Foto: Pablo Rey / Ag. Estado)
Gilberto ganha R$ 3 mil mensais, está no seu último ano de contrato e seus direitos federativos estão estipulados em R$ 390 mil. Esse valor será depositado pelo seu empresário, Luiz Ferreira, que depois tratará do acerto com o clube de Parque São Jorge.
- Dificilmente Gilberto vai permanecer no Santa Cruz. Estamos fazendo de tudo para que ele saia pela porta da frente – afirmou o empresário.
Corinthians e Gilberto já chegaram a um acordo financeiro e pelo tempo de contrato (três anos). O anúncio só não aconteceu porque o clube paulista espera pela oficialização da compra dos direitos do atleta por um grupo de empresários. Assim que isso acontecer, ele será repassado ao Timão, que terá uma porcentagem em caso de uma negociação futura.
Do lado do Santa Cruz, o diretor de futebol, Constantino Júnior, ainda vai buscará uma reviravolta. Com ajuda de empresários e ex-dirigentes, o clube oferecerá uma proposta de renovação de contrato, com o seu salário subindo para R$ 15 mil mensais, além de um pagamento de luvas de R$ 150 mil. Esses valores ainda são menores do que o que ele ganharia para ir para o Corinthians.
Zé Teodoro conversa com os jogadores do Santa Cruz (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)Sem seu principal atacante, o técnico Zé Teodoro começou a preparar a equipe para o jogo de quarta-feira, contra o São Paulo, pela segunda fase da Copa do Brasil (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)
Para piorar a situação, o outro atacante titular, Thiago Cunha, que já vestiu a camisa do Palmeiras, ainda se recupera de uma lesão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo, sofrida no dia 9 de fevereiro, em jogo contra o Central, e não tem condições de jogo. Sem muitas alternativas, o técnico Zé Teodoro deverá formar o setor com Landu e Laércio.

GILMAR NÃO É MAIS EMPRESÁRIO DE ADRIANO O IMPERADOR

28/03/2011 12h26 - Atualizado em 28/03/2011 14h17

Gilmar: Ronaldo foi irresponsável ao negociar ida de Adriano para Timão

Deixado de lado na negociação, empresário lembra que apresentou um ao outro e confirma que não trabalha mais com o Imperador

Por Carlos Augusto Ferrari São Paulo  
gilmar rinaldi coletiva (Foto: Carlos Augusto Ferrari/Globoesporte.com)Gilmar Rinaldi convoca coletiva para falar de Adriano
(Foto: Carlos Augusto Ferrari/Globoesporte.com)
Gilmar Rinaldi desabafou nesta segunda-feira. Depois de dez anos cuidando da carreira de Adriano, o empresário anunciou oficialmente o que todos já sabiam desde o acerto com o Corinthians: ele não trabalha mais com o Imperador. Apesar do rompimento, o ex-goleiro pediu que o Timão cuide com carinho do goleador, mas não poupou críticas ao comportamento de Ronaldo, um dos responsáveis pelo acordo com o clube paulista.
Em uma entrevista de aproximadamente uma hora, em seu escritório, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, Gilmar Rinaldi revelou que a crise com Adriano começou no processo de rompimento de contrato com o Roma-ITA e mostrou claramente que carrega uma mágoa por ter sido colocado para escanteio pelo centroavante nas últimas semanas.
Rompimento
"Falar de ídolo é complicado. Eu sei que isso dá desgaste, mas não posso deixar para lá. Eu tenho que me posicionar. Se eu não conhecesse o Adriano, poderia relevar. Minha preocupação não é deixar de ser o agente. Não fui avisado por ele e por ninguém que não sou. Agora, estou comunicando. Falei para a mãe dele, tentei ligar para ele, mas não atendeu. Não vou trabalhar mais para ele. Quando ele me chamar, se precisar, eu vou".
Ronaldo na negociação
"Decepcionado não estou com ninguém. Se ele pensasse no bem do Adriano, eu seria a primeira pessoa a conversar. Eu acho que, de forma irresponsável, ele vem e convence o Adriano de que, talvez, não seja melhor fazer contrato via Gilmar. O Ronaldo não falou comigo, não perguntou como estava o Adriano. Ele sabe que sou o agente. Eu apresentei os dois. Parece fácil, uma grande jogada de marketing. Aqui não é o marketing que está importando. Estamos falando de um homem, pai de dois filhos, que vai continuar depois dessa aventura. A vida dele continua depois de Corinthians".
O início da crise
"Claro que eu sabia que o Roma queria dispensá-lo. Na rescisão, não gostei do comportamento do Roma. O clube colocou o agente dele, Roberto Calenda, que não é sério. Ele cativou, conquistou a confiança do Adriano. Ele foi com o Adriano no Roma e assinou toda a
documentação. O Roma tinha pendências e uma promessa não cumprida de cuidar do Adriano. Eles assinaram e nem me avisaram. O Roma nem me comunicou que estava sendo feita a rescisão".
Futuro e cuidados com Adriano
"Só peço ao presidente do Corinthians, ao Ronaldo e ao Joaquim Grava, que operou minha filha, que cuidem dele. Não só na parte física, porque nisso ele é um monstro. Confio muito na recuperação do Adriano, mas com acompanhamento. Vou torcer muito para que ele volte a ser
aquele grande jogador. Ele vai ser colocado em um dos maiores times do mundo e vai ser cobrado. Se isso tivesse passado por mim, não abriria mão. Eu exigiria acompanhamento nessa outra parte dele. Não é defeito. Todo mundo tem problemas e em algum momento precisa de ajuda especializada. Não consigo entender essa falta de comunicação. Ele nunca foi uma jogada de marketing. Espero que não pensem nisso".
Alcoolismo e drogas
"Essa pergunta foi feita quando estivemos com o psiquiatra Adriano Sigal em São Paulo. Ele me garantiu que não. Isso tudo é consequência. O problema do Adriano é a dificuldade em lidar com os problemas da vida".
Interesse do Corinthians
"Um dia fui ao CT para conhecer e encontrei muitos amigos, um deles o Joaquim Grava, que confio e conheço há muito tempo. Encontrei o Ronaldo fazendo fisioterapia. No momento, ele falou: “vamos trazer o menino para cá, não está bem lá”. Tudo bem, vamos conversar e ajudar.
Ele sabe dos problemas dele e podemos pensar. Fui à Itália, conversei e o Adriano não quis retornar ao Brasil.
O Corinthians realmente estava interessado, conversei com o presidente por telefone. Muitas vezes deixamos coisas avançadas e definidas. O presidente disse que o Ronaldo ajudaria muito, até porque o Ronaldo conhece bastante o Adriano.
Depois disso, teve a negociação do Fabio Santos. O Andrés perguntou se o Roma aceitaria uma proposta. Eu disse que tinha que esperar o momento certo, mas não era aquele. Depois, na Disney, me ligou o Duílio (Monteiro Alves, diretor do Corinthians) falando que o
Corinthians faria uma proposta oficial para o Roma. Eu disse que ele sairia sem custo nenhum. Liguei pro Duílio depois da rescisão do Adriano, mas ninguém atendeu".
Outras propostas e quase acerto com o Palmeiras
"Fui procurado por muita gente (Botafogo, Vasco, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio, Cruzeiro, um clube dos Estados Unidos e Sporting-POR) que queria contratar o Adriano, mas expliquei que ele não estava bem e que gostaria de um plano de recuperação. Estive com o Felipão antes das
eleições do Palmeiras. Coloquei o Felipão para falar com o Adriano na Itália e até com a mãe dele. Conversei muito com ele e torci para que pudesse evoluir".

domingo, 27 de março de 2011

ADRIANO PROMETE

27/03/2011 21h05 - Atualizado em 27/03/2011 21h12

Adriano abre o jogo e promete: 'Corinthians não vai se arrepender'

Em entrevista ao 'Fantástico', atacante fala sobre depressão, caso de blitz, diz que não sai mais do Brasil e que planeja jogar Copa do Mundo de 2014

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro  
FRAME Adriano durante entrevista (Foto: Reprodução / TV Globo) Adriano durante entrevista para o Fantástico
(Foto: Reprodução / TV Globo)
Adriano é do Corinthians. Ele só precisa assinar nesta segunda-feira os papéis que o ligam ao "bando de loucos" até o fim de 2012. Rejeitado pelo Flamengo, o atacante falou ao "Fantástico" deste domingo, em entrevista à jornalista Patrícia Poeta. No papo, o Imperador fez revelações importantes como o período de depressão, a frustração pela passagem ruim pelo Roma e até o sentimento de solidão na vida amorosa. Recuperando-se de uma operação no ombro direito, o atacante pretende voltar a treinar normalmente daqui a um mês e prometeu que o Timão não vai se arrepender de apostar nele.
Confira os principais trechos da entrevista.
Visite o site do programa 'Fantástico'
Você diz que sua volta ao Brasil era em busca de felicidade. Há um ano você achava que podia ser feliz no Roma?
Adriano: Sim, eu optei por voltar à Itália porque eu saí de lá em uma época que eu não estava muito bem e devia alguma coisa. Então voltei para o Brasil não muito bem visto lá porque eu não tive a cabeça para voltar no Inter e pedir a minha liberação. Optei por ficar. Logo depois da minha passagem pelo Flamengo falei: estou tendo oportunidade de voltar à Italia, então posso me desculpar. Mas infelizmente as coisas não ocorreram como eu pensei, me machuquei três vezes num ano (torção no tornozelo esquerdo, lesão na coxa direita e fratura no ombro direito) e optei por voltar de novo ao Brasil. Fiz diferente dessa vez, conversei com eles falando que não estava mais me sentindo bem porque as três contusões me deixaram para baixo. Gosto muito de rir, de me divertir, e quando eu não me sinto bem prefiro escolher o melhor pra mim. Voltei para buscar isso.
Eu já escutei muitas coisas: que sou vagabundo, que não presto. Adoro isso. No fim tem um gostinho diferente."
Adriano
Há um ano você se sentiu obrigado a voltar para a Itália?
Não, acho que era uma forma de pedir desculpas pelas coisas que eu fiz de errado lá, não fujo do que fiz, nunca menti pra ninguém, acho que a verdade antes ou depois vem. Voltei para lá para mostrar isso, tanto que depois que eu saí de lá, quando assumi minha liberação, fiz a entrevista pedindo desculpa. Dessa vez eu estava presente, discuti tanto que o meu empresário na época (Gilmar Rinaldi, com quem Adriano rompeu antes de fechar com o Corinthians) não sabia de nada e não quis que ele ficasse sabendo. Falei como homem: tenho que ir lá resolver, não os outros por mim.

Foi publicado que você recebeu por esses oito meses cumpridos mais ou menos o equivalente a R$ 6 milhões. Se você não tivesse recebido tanto dinheiro assim, acha que já teria rescindido contrato antes disso ou não?
Não fiquei para ganhar o dinheiro. Na verdade, a multa ia ser muito maior para eles porque quando eu pedi, eles falaram: temos que conversar porque não podemos perder esse dinheiro todo. Eu falei: eu também estou querendo ir embora, vemos o melhor para o clube e para mim também. Nunca agi com eles de maneira errada, não fui lá para ganhar dinheiro, graças a Deus hoje sou uma pessoa bem sucedida. Eu não gosto muito de falar em quantidade, não sou assim, se fosse não saía do Inter de Milão onde ganhava R$ 14 milhões por ano. E larguei mão de tudo para voltar ao Brasil e ficar perto da família, cheguei até a falar que ia parar de jogar. Não sou nenhum maluco.
FRAME Adriano durante entrevista (Foto: Reprodução / TV Globo)Adriano observa os filhos Adrianinho e Sophia
(Foto: Reprodução / TV Globo)
E os problemas de contusão? Eles foram resolvidos já? Hoje está tudo em cima?
Só o ombro que ainda estou recuperando um pouquinho, estou fazendo fisioterapia ainda. Daqui a um mês mais ou menos estou legal para fazer atividade.

E o peso, está ok?
Não, não está. Mas eu não esquento. Todo mundo fala um monte de coisa. Ah, você está gordo, mas é normal, eu estou parado já há quase três meses, e o ombro impede de fazer muita coisa. No começo eu operei e fiquei um mês parado porque não poderia fazer nenhum trabalho físico. Não vou mentir e falar que estou no peso. Daqui a pouco vou começar a correr e com certeza vou perder.

Por que parece ser mais difícil para você do que é para os outros jogadores brasileiros viver longe do país, ficar longe da família? Já parou para pensar nisso?
Já. É porque os outros jogadores tem a família perto, são casados e eu nunca me casei. Acho que isso foi uma grande decepção que eu tive. Nunca pude casar com uma pessoa e viver fora. Isso querendo ou não te ajuda muito. Não que a mãe do meus filhos não seja a pessoa certa, mas infelizmente não deu certo. Somos super amigos. Acho que o que eu mais sofri é que chegava em casa e queria ter uma mulher ao lado, às vezes chegava nervoso e não tinha ninguém pra conversar, é difícil.

Você acha que de repente não estava maduro ainda pra ter um relacionamento mais firme?
Eu vou fazer 30 (em 17 de fevereiro de 2012), acho que tem que dar uma tranquilizada, mas hoje estou muito mais tranquilo e esperando essa oportunidade de encontrar alguém para que eu possa dar continuidade até no Corinthians, né?

Dá para dizer que aos 29 anos a sua carreira internacional está encerrada?
Está. Hoje eu não saio do meu país mais não. Foram dez anos que eu fiquei na Europa. Tive proposta pra voltar (da Inglaterra) e falei não, pelo amor de Deus, não aguento mais. Deixa eu aqui no meu país mesmo. Hoje eu te dou a resposta certa: não volto mais, não.

Com quem você desabafava?
Com meu primo Rafael, que sempre me acompanhou lá fora e com um amigo também. Mas mulher é diferente, não é o mesmo que uma amizade. Óbvio que eles sempre me ajudaram, mas não é a mesma coisa. Todo mundo fala: Adriano é mulherengo, mas na época eu não conseguia achar a pessoa certa e espero achar.

Um namoro que você teve direito a tapas e beijos acabou?
Sim, nós terminamos, mas temos amizade e carinho até hoje. Ela (a personal trainer Joanna Machado) foi uma pessoa maravilhosa na minha vida, sempre tentou me ajudar muito. Éramos muito ciumentos. Hoje estou muito mais maduro, não quero mais confusão na minha vida pessoal.

E como é que está a vida amorosa?
Estou solteiro, mas já inventaram aí que estou namorando. Às vezes não podemos ter amizade, sair pra jantar com uma amiga que já falam que é namorada. Já botaram namorada não sei o quê, nova imperatriz. Tudo que eu faço parece que eu matei alguém. Estou acostumado.

O que te levou a aceitar a proposta do Corinthians?
Na verdade eu vou assinar ainda amanhã (segunda), espero. Mas estou muito feliz porque sei como os torcedores são fanáticos. Muitos falaram: Adriano você está maluco de ir pra lá, e os torcedores? Eu sou grande, as minhas costas são grandes, e Deus dá corpo grande para aqueles que conseguem carregar um pouquinho de peso, né? E isso nunca vai me abalar. Estou indo pro Corinthians de coração, quero conquistar o coração dos corintianos. O Ronaldo me ajudou muito e disse: vamos para lá que você vai gostar. Estou seguindo os passos dele que é um jogador e uma pessoa pra mim muito importante, sempre me deu conselhos. Realmente ele está me ajudando muito, e eu estou querendo voltar a jogar, não aguento mais ficar parado. Minha mãe até falou que eu tinha que ir pra igreja. Deus sabe de tudo, se hoje eu estou no Corinthians e vou assinar amanhã é porque Deus está tomando o caminho.

Acha que vai conseguir corresponder à expectativa da torcida?
Não sou muito de prometer, mas posso garantir dedicação. Não sou uma pessoa que corro da briga, adoro quando as pessoas ficam falando mal de mim. Gosto porque depois tem um gostinho maravilhoso. Eu já escutei muitas coisas: que sou vagabundo, que não presto, que não vai adiantar. Eu adoro isso. No fim tem um gostinho diferente.

O Corinthians não vai se arrepender"
Adriano
Algumas pessoas falam 'o Adriano vai jogar um jogo e ficar três, quatro fora'. O que você tem a falar para essas pessoas?
Qual o clube que eu passei além do Roma, quando me contundi, que não joguei? Em todos os times joguei todos os jogos. Até o Muricy estava falando que é muito fácil falar de mim, mas as pessoas não me conhecem. Fico depois do treino e ninguém fala nisso. O Muricy falou: ele é guerreiro. Tenho uma força de vontade muito grande. Quem trabalhou comigo sabe do que eu sou capaz. Isso aumenta minha vontade de mostrar que não tem nada a ver. O Corinthians não vai se arrepender.

Não vai atrasar nos treinos? A vida noturna de São Paulo é animada...
Vou fazer o possível (risos). Eu vou assinar um contrato. Se eu faltar treino, se chegar atrasado, não vai ter isso, não vai ter aquilo. A responsabilidade é minha, assino, não tem problema. Esse é um compromisso que eu tenho que ter comigo mesmo.
Acha que vai ser recebido da mesma forma que o Fenômeno foi?
Acho que não, porque Ronaldo é Ronaldo. Espero ser bem recebido, acho que os torcedores sabem da minha capacidade, e eu espero que os torcedores tenham carinho por mim. Com certeza eu vou retribuir dentro de campo, porque a única resposta que eu tenho que dar é dentro de campo.

Como é que você está se sentindo hoje? Está se sentindo desafiado?
Desafiado eu sou sempre, pelas pessoas que falam de mim. Mas eu estou nervoso mais para ver realmente como é que é, sentir esse calor do Corinthians. Ansioso pra começar a treinar e poder entrar em campo e fazer gol. Fiquei um ano, nunca fiquei um ano sem fazer gol na minha vida (o último gol em jogos oficiais de Adriano foi no dia 20 de maio, nas quartas de final da Libertadores contra o Universidad de Chile).
Ficou triste de não ter recebido uma proposta do Flamengo?
Fiquei um pouquinho, não tem como não ficar. O Flamengo é um clube que eu sempre dei a prioridade. Quando cheguei falei: quero voltar ao Flamengo. Mas isso não aconteceu. Respeito a decisão do Flamengo. Tenho um carinho dos torcedores muito grande por mim.Sempre que eu estava vendo jogos eles gritavam meu nome. Triste fico com certeza, por tudo que eu fiz pelo Flamengo, e até pelo que o Flamengo fez por mim. Agora já era. Tenho que me dedicar ao Corinthians.
Sua carreira teve altos e baixos. Nos últimos anos sua vida foi mais ou menos tumultuada. Por que você acha que isso estava acontecendo?
Começou a ter muita complicação quando eu comecei a ter depressão, que aí eu fiz muita coisa errada. Veja bem: coisa errada não é usar droga. Realmente eu tive um problema de álcool, lembra que a gente conversou sobre isso? Logo depois quando meu pai morreu minha vida deu uma balançada. Tenho facilidade para ficar deprimido. De repente porque eu guardo muito as coisas para mim. Preciso de uma pessoa que esteja comigo para botar tudo pra fora. Cheguei a tomar remédio no Inter, o psicólogo passava para mim. Mas eu estava muito mal. Nunca imaginava perder meu pai, ele morreu com 44 anos.
Uma vez, numa entrevista bem franca que você me deu, mais ou menos há um ano e meio atrás, você falou que bebia mais ou menos três vezes por semana. Como é que sua relação com a bebida?
Saio pra almoçar ou pra jantar, tomo minha cervejinha com meus amigos normalmente. Mas não é uma coisa para se dizer exagero. Aquela época de exagero passou.
O que aconteceu em fevereiro desse ano numa blitz da lei seca aqui no Rio de Janeiro?
Vou explicar. Eu não quis fazer o bafômetro. Estava com o Rappa, no estúdio dele. Bebi umas cinco, seis cervejas. E depois fui para casa, era meia-noite. O rapaz falou: você vai querer fazer? Eu falei: não vou fazer. Não sou obrigado (risos).
Qual é o seu grande sonho profissional?
Jogar de novo a Copa do Mundo, aqui no Brasil. Perdi uma e eu quero voltar à Seleção. Me vejo jogando pelo Brasil. Tenho consciência que hoje tenho condições ainda de jogar.

NEYMAR FICA EM LONDRES

27/03/2011 19h36 - Atualizado em 27/03/2011 22h42

Neymar estica estada em Londres para começar a se internacionalizar

Camisa 11 teria sido convidado para visitar as instalações do Chelsea. Atacante terá agenda lotada com entrevistas para a imprensa europeia

Por Márcio Iannacca Direto de Londres
 
Principal destaque da vitória da Seleção Brasileira por 2 a 0 sobre a Escócia, neste domingo, no Emirates Stadium, o atacante Neymar não retornou com a delegação canarinho para o Brasil após o confronto. Liberado pela CBF, ele terá compromissos pelo Santos na Terra da Rainha, onde está acompanhado dos pais Neymar e Nadine Silva. Além dos dois, o empresário do atleta, Wagner Ribeiro, também está na capital inglesa. O camisa 11 do time canarinho teria sido convidado pela direção do Chelsea a fazer uma visita nas instalações do clube, além de ter uma agenda cheia: serão seis entrevistas para a imprensa europeia.
A estratégia de uma conversa com a imprensa do Velho Continente faz parte do projeto de fortalecimento e internacionalização da marca Santos e Neymar, que consta no famoso "plano de carreira" - este foi o atrativo do Peixe para que o atleta aceitasse permanecer na Vila Belmiro e recusasse uma proposta do Chelsea, em agosto passado.
O plano é também que o camisa 11 do Peixe tenha a possibilidade, a médio prazo, de ser um dos atletas a ser indicado ao prêmio de Melhor do Mundo da Fifa atuando em um clube brasileiro. O atacante volta ao Brasil na terça-feira pela manhã, acompanhado de Eduardo Musa, gestor da carreira dele no Santos, e treina com o time.
Apesar de ter pedido para o deixarem "quietinho" no Santos, a permanência de Neymar em Londres abre um leque de especulações. O garoto é cobiçado por Barcelona e pelo próprio Chelsea, que chegou a fazer uma proposta no meio de 2010. No último sábado, Wagner Ribeiro, que também trabalha com Lucas, do São Paulo, passou o fim de tarde e início da noite no Hotel Dorchester, concentração da Seleção. Ao lado dele, outro empresário de nome internacional: Pini Zahavi, conhecido por ter ajudado o russo Roman Abramovich a comprar os Blues, em 2003. Indícios de que o convite para conhecer o clube de Stamford Bridge de fato pode ter sido feito ao jogador.
O empresário Kia Joorabchian, ex-dirigente do MSI (Media Sports Investimente) e ligado ao Manchester City, também esteve no local para jantar em um dos restaurantes do estabelecimento. O ex-investidor do Corinthians, preferiu não falar de sua estadia na concentração do Brasil.
A atuação de Neymar, que pela primeira vez atuou na Europa desde que se profissionalizou no Santos, chamou a atenção da imprensa europeia, que até então só tinha ouvido falar do atacante. Apesar do interesse de vários clubes, Neymar tem cansado de repetir de quer permanecer na Vila Belmiro até o fim do seu contrato, em 2015.
Se de um lado as especulações sobre uma futura transferência começam a surgir com o nome do jogador. Do outro, Neymar está na companhia dos pais e pela primeira vez na Inglaterra. O fato de ter ficado em Londres é uma forma de o jogador relaxar após a árdua semana de trabalho e a desgastante viagem até Londres. Outro componente curioso é que, no ano que vem, o atacante será uma das principais peças de Mano Menezes na disputa das Olimpíadas de 2012.
Na zona mista, após o jogo diante da Escócia, Neymar brincou com a imprensa inglesa.
- O estádio é lindo, o gramado perfeito, mas quero voltar aqui por enquanto só para jogar pela seleção - afirmou o atacante, que tem multa estipulada em € 45 milhões (R$ 105 milhões).

ROGÉRIO CENI É 100

Ceni marca 100º gol, e São Paulo encerra tabu: 2 a 1 sobre o Timão

Na Arena Barueri, Tricolor Paulista derruba jejum de quatro anos sem vitórias sobre o Corinthians em tarde histórica para Rogério Ceni

por Carlos Augusto Ferrari e Marcelo Prado
Domingo, 27 de março de 2011. Arena Barueri, 17h09m. Data, local e horário que jamais serão esquecidos pela torcida do São Paulo. A falta, cobrada com maestria, na entrada da área, pelo lado esquerdo, entrou no ângulo direito da meta de Julio Cesar, que voou apenas para aparecer na imagem. Nesse exato momento, Rogério Ceni escreveu mais um capítulo de sucesso na sua incrível carreira. Após 20 anos, 965 partidas disputadas e 15 títulos conquistados, o camisa 1 do time do Morumbi chegou ao seu centésimo gol. E, para tornar esse feito ainda mais especial, foi também o dia em que o São Paulo venceu o Corinthians por 2 a 1 e quebrou um incômodo jejum de quatro anos sem vitória sobre o rival.
Além da quebra da invencibilidade, o resultado pôs o Tricolor na vice-liderança do Campeonato Paulista, com 34 pontos, um a menos que o Palmeiras, que no sábado fez a lição de casa ao bater o Bragantino. O Timão tem a mesma pontuação da equipe do Morumbi, mas caiu para a terceira colocação por ter uma vitória a menos. Pelo estadual, os dois times voltarão a jogar no final de semana. No domingo, o São Paulo receberá o Mirassol no Morumbi. No mesmo dia, a equipe de Parque São Jorge irá a Ribeirão Preto para enfrentar o Botafogo.
Que pontaria, Dagoberto!
Toda a rivalidade que cerca são-paulinos e corintianos nos últimos anos foi demonstrada no primeiro tempo do clássico. O bom futebol deu lugar ao nervosismo, a um excessivo número de passes errados e a algumas faltas mais violentas. Faltou futebol. O Timão foi discretamente melhor no controle do jogo, mas Dagoberto, artilheiro da equipe em 2011, deu a vantagem ao Tricolor com um chute certeiro nos minutos finais.
Paulo César Carpegiani surpreendeu ao sacar Marlos para a entrada de Rodrigo Souto. O São Paulo ganhou um homem a mais na marcação, porém, perdeu força ofensiva. O Corinthians agradeceu. Até os dez minutos, só o Timão jogou, sobretudo pelo lado direito, com Alessandro e Dentinho. A única chance, contudo, não foi aproveitada por Morais, que carimbou a zaga na área depois de falha de Miranda.
Rogério Ceni 100 gols  (Foto: Wander Roberto / VIPCOMM)Rogério celebra marca histórica na carreira: são 100 gols do goleiro-artilheiro (Wander Roberto / VIPCOMM)
Aos poucos, o São Paulo conseguiu equilibrar a partida e cresceu. Junior Cesar e Carlinhos Paraíba eram as principais opções pela esquerda. Com Rivaldo no banco, o time sentiu falta de um meio de campo mais criativo. Ilsinho, aberto pelo lado direito, pouco fez para abrir espaços. O time só chegou ao gol de Julio Cesar em chutes de fora da área de Jean, Dagoberto e Fernandinho, todos sem muita direção.
Quando a pontaria melhorou, o São Paulo abriu o placar, aos 39 minutos. Dagoberto recebeu a bola pelo lado esquerdo do ataque, já próximo à área, e soltou a bomba. Julio Cesar voou, mas não conseguiu evitar que ela entrasse no canto esquerdo. Explosão tricolor nas arquibancadas da Arena Barueri, O Corinthians ainda quase empatou na etapa inicial, aos 46, com Dentinho cabeceando para fora um cruzamento de Fábio Santos.
Ceni é 100!
O Corinthians voltou para o segundo tempo tentando pressionar o São Paulo novamente. O empate quase veio aos dois minutos. Após cruzamento da esquerda, Jorge Henrique dividiu com Alex Silva, e Rogério Ceni fez linda defesa, espalmando para escanteio.
Mas o clássico ainda reservava um momento especial. Mais que isso, histórico para os são-paulinos. Fernandinho foi derrubado perto da área por Ralf. No mesmo instante em que o árbitro assinalou falta, a torcida tricolor já celebrava como um gol. Aos oito minutos, Rogério Ceni, ídolo maior do clube, ajeitou a bola e cobrou com perfeição, no ângulo direito, impossível para Julio Cesar pegar. Foi o centésimo gol dele na carreira, justamente como a torcida queria: diante do maior rival nos últimos anos.
Na comemoração, Ceni tirou o uniforme e correu até a linha de fundo. Todos os jogadores acompanharam e abraçaram o capitão. Enquanto isso, uma bateria de fogos foi disparada por quase dez minutos. No placar eletrônico, mais homenagens ao maior goleiro-artilheiro da história do futebol mundial.
A Arena Barueri se transformou numa festa completa para os são-paulinos. O Corinthians foi para cima. A reação ficou mais complicada quando Alessandro cometeu falta violenta sobre Dagoberto e foi expulso. Mesmo assim, os alvinegros descontaram, aos 22, com Dentinho chutando rasteiro no canto direito de Ceni.
Para ajudar o Timão a ganhar mais confiança, Dagoberto fez falta no ataque e recebeu o cartão vermelho. Entretanto, aos 28, Dentinho tratou de ajudar o rival. Ele deu um pisão em Rodrigo Souto e também disse adeus ao duelo (assista no vídeo às três expulsões). Na saída de campo, o jogador provocou torcedores do São Paulo, que arremessaram garrafas, calçados e até uma bomba para o gramado.
Com um a menos novamente, o Corinthians se lançou ao ataque e abriu espaços na defesa. Marlos desperdiçou diversos contra-ataques que poderiam fechar o jogo. Nos minutos finais, o Timão foi todo pressão. Liedson teve uma chance, mas parou em ótima defesa de Rogério Ceni. O domingo era dele. A festa tricolor estava apenas começando!

SÃO PAULO 2 X 1 CORINTHIANS
Rogério Ceni; Rhodolfo, Alex Silva e Miranda; Ilsinho (Marlos), Jean, Carlinhos Paraíba, Rodrigo Souto (Casemiro) e Junior Cesar; Dagoberto e Fernandinho (Rivaldo).Julio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos (Danilo); Ralf, Paulinho, Morais (Ramirez) e Jorge Henrique (Willian); Dentinho e Liedson.
Técnico: Paulo César Carpegiani.Técnico: Tite
Cartões amarelos: Dagoberto, Rhodolfo, Junior César, Ilsinho e Rogério Ceni (São Paulo). Jorge Henrique (Corinthians). Cartão vermelho: Alessandro e Dentinho (Corinthians) e Dagoberto (São Paulo).
Gols: Dagoberto, aos 39 minutos do primeiro tempo. Rogério Ceni, aos 8, e Dentinho, aos 22 minutos do segundo tempo.
Estádio: Arena Barueri. Data: 27/03/2011. Árbitro: Guilherme Ceretta de Lima. Auxiliares: Celso Barbosa de Oliveira e Carlos Alberto Funari..